VIVENCIANDO VALORES ATRAVÉS DAS
HISTÓRIAS INFANTIS
PERÍODO: Meses de fevereiro a dezembro/2012.
JUSTIFICATIVA: Educar! Tarefa das mais difíceis! Como se preparar na vida e para a vida? Todo ser humano tem suas crenças e com base nelas seus pensamentos e sentimentos, que culminam nas atitudes. Acredita-se numa sociedade mais humana e justa, sem preconceitos, em que os cidadãos atuem compromissados com o bem comum. A escola se tornaria vazia e ineficiente se omitisse de resgatar certos valores "adormecidos" na consciência humana. Por esse motivo, torna-se essencial refletir o mundo atual, fortalecer e renovar as "crenças", inserindo no processo educacional valores que possibilitem a formação integral de nossos alunos. Nesta perspectiva, o CEI “Primeiros Passos” opta por trabalhar valores mediados pelas histórias infantis, pois estas exercem uma influência benéfica na formação da personalidade e ao mesmo tempo formando serem mais humanizados com bons valores, virtudes, descobrindo assim a delícia de ser criança e um futuro adulto seguro de suas opiniões e atitudes. Através das histórias as crianças vão trabalhar certos conflitos, buscar soluções e procurar respostas para aquilo que não está bem. Enquanto diverte a criança, as histórias a esclarecem sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança. (BETTELHEIM, 1980.) As histórias infantis fazem parte do imaginário da criança, e devem fazer parte de seu cotidiano escolar. A atividade lúdica que esta oferece desenvolve na criança uma atitude positiva para com a aprendizagem, com a sala de aula, com a escola, pois contar, recontar e cantar é estimulante, apaixonante, envolvente e mobilizador. Boas histórias para crianças não são escritas à toa. Elas são repletas de simbologia, valores sociais ou humanos e de estruturas que fazem parte do nosso inconsciente. O psicólogo Bruno Bettelheim (1980) afirma que a criança precisa descobrir sua identidade para compreender o mundo exterior e, para isso, as histórias infantis assumem um papel importante ao dirigirem-se a ela. Estas narrativas, através dos símbolos e encantamento, estão ligadas eternamente aos questionamentos enfrentados pelo homem ao longo do seu amadurecimento emocional e agem na mente, trabalhando os conflitos correspondentes a cada fase da vida. O amadurecimento da mente humana acontece aos poucos. Em pequenos passos, a criança vai tomando conhecimento do mundo ao seu redor, sua beleza e os problemas que precisará enfrentar. As personagens têm um papel importante para a criança. É através delas que o pequeno leitor se envolve com a história: ele sofre, chora, solta risos e a felicidade emerge com a personagem. Essa identificação ocorre quando a criança possui claramente a idéia do caráter da personagem e dos conflitos pelos quais ela passa: se a personagem é boa ou má, bela ou feia, se está feliz ou não, por exemplo. Esses sentimentos agem na mente infantil e provocam um desenvolvimento emocional ao revelarem imagens e ações que prendem a sua atenção. Depreende-se, então, o quão importantes são as histórias infantis para a formação integral da criança: ela precisa de magia aliada à realidade para dar contorno mais nítido a sua existência e, assim, sentir-se segura para construir os valores e avançar em sua trajetória de vida.
OBJETIVOS: O professor, entendendo que o agente principal da escola é o aluno, deverá:
- Compromissar-se com a filosofia de nosso CEI;
- Propiciar o desenvolvimento de virtudes indispensáveis à formação humana;
- Intensificar o trabalho de valores, consciente do papel social da escola, de modo a oportunizar as reflexões e atitudes que visam ao bem-estar dos cidadãos e o fortalecimento da autonomia dos homens.
PROCEDIMENTOS:
Cronograma: |
Valores trabalhados no 1º semestre | Valores a trabalhar no 2º semestre |
FEVEREIRO | AGOSTO |
2ª quinzena – amizade | 1ª quinzena – verdade |
MARÇO | 2ª quinzena – União |
1ª quinzena – cooperação | SETEMBRO |
2ª quinzena – respeito | 1ª quinzena – Liberdade |
ABRIL | 2ª quinzena – Dedicação |
1ª quinzena – responsabilidade | OUTUBRO |
2ª quinzena – carinho | 1ª quinzena – Alegria |
MAIO | 2ª quinzena – Partilha |
1ª quinzena – amor | NOVEMBRO |
2ª quinzena – bondade | 1ª quinzena – Solidariedade |
JUNHO | 2ª quinzena – Paz |
1ª quinzena – honestidade | |
2ª quinzena – justiça |
Os valores a serem trabalhados deverão atravessar as áreas de conhecimento. O professor deverá estar atento aos melhores momentos para tratar deste assunto. Poderão ser ocasiões imprevistas – como uma notícia no jornal ou uma briga no recreio, que mobilizem os alunos – ou ocasiões criadas pela sensibilidade do professor.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
- Confeccionar crachás para as crianças, professoras e monitoras;
- Trabalhar com a história do nome da criança;
- Pesquisar sobre a história de vida de cada criança (documentos pessoais, fotos, etc);
- Confeccionar um (a) boneco (a) para cada turma, escolher um nome. Todos os alunos levarão para casa o novo (a) amiguinho (a) em dias alternados, registrando em um diário como foi seu dia com ele. Os pais terão participação fundamental, organizando atividades para que seu filho (a) possa estar desenvolvendo com o boneco;
- "Recadinhos do Coração": montar painel com bilhetes elaborados pela turma para crianças que retornam às aulas após um período de faltas, ou que estiveram doentes, passaram por algum problema ou perda, onde os alunos possam expressar sentimentos espontâneos ou observações sobre as atitudes dos colegas, por meio da escrita ou do desenho... E a professora vai trabalhando e estimulando;
- Recreio com cores: A professora deve preparar cartões coloridos de acordo com o número de alunos. O mesmo número de cartões para cada cor e distribuir aleatoriamente entre as crianças. Depois propõe um recreio diferente, onde a criança passará o recreio com os (as) coleguinhas que receberem a mesma cor do seu cartão. É uma oportunidade da turma se conhecer melhor e compartilhar seu tempo com coleguinhas diferentes. Será um recreio colorido, diferente e, no retorno, a turma conversa sobre as experiências de cada grupo. A professora distribui os cartões e solicita que antes de saírem para brincar e lanchar, que se organizem nos grupos e conversem sobre a cor recebida (o que ela simboliza para cada um, o que existe nessa cor...). A reflexão após o recreio é de extrema importância para a construção de alguns valores;
- Leitura de textos informativos, contos, histórias infantis e fábulas envolvendo os valores trabalhados;
- Confeccionar Dicionário dos Valores : Montar um livrinho registrando o valor e o significado dele encontrado no dicionário (de acordo com entendimento da turma);
- Jogo das expressões: É um jogo da memória. A professora faz com a turma, cartas (que formam pares) com desenhos de expressões faciais — triste, alegre, bravo, assustado... A cada par formado, a criança lembra de um momento em que se sentiu como no desenho. Depois de unir todos os pares, cada aluno procura a expressão que melhor representa como ele se sente no momento. O jogo tem o objetivo de levar a criança a reconhecer os sentimentos e dar nome a eles.;
- Montar um painel com premiação (uma estrela, um coração, etc) para as crianças que exercitam os valores aprendidos com as histórias e atividades desenvolvidas;
- Refletindo sobre sua atitude: Toda vez que uma criança machucar ou falar algo que deixe o colega magoado, a professora deverá conversar com os dois amigos juntos e fazer (com paciência e muita compreensão) com que os dois manifestem seus sentimentos, ajudando as crianças a definir com palavras os sentimentos que está tendo, por exemplo: Você está bravo com o que? Por que está sentindo isso? O que o colega te fez? Por que não gostou da atitude dele? Como podemos fazer agora? E, quando uma criança machucar a outra, levá-la junto para fazerem os primeiros socorros e prestar atendimento, para que perceba o que seu comportamento está gerando;
- Gavetas dos sentimentos: As crianças reconhecem o que sentem e manifestam emoções guardadas, que não puderam demonstrar em nenhuma ocasião. Elas guardam, simbolicamente, fora de si, fatos importantes e marcantes. A professora pode providenciar gavetas, ou caixas, cada uma com um sentimento (alegria, tristeza, saudade, medo, por exemplo). Deve partir da criança a iniciativa de desenhar ou escrever sobre fatos que provocaram esses sentimentos, caso tenham necessidade, e colocar seu trabalhinho na gaveta ou na caixa correspondente. Essas atividades podem ser planejadas intencionalmente, porém, respeitando sempre a intimidade da criança;
- Como estou me sentindo hoje? A professora confecciona uma ficha com o nome das crianças e anexa na parede. Depois confecciona também rostinhos com diferentes expressões: feliz, alegre, séria, com medo, triste, com raiva, etc. Diariamente os alunos colocam ao lado de seu nome o rostinho com a expressão de como estão se sentindo no momento, e a atividade possibilita também reflexões sobre como estavam se sentindo no dia anterior e falar sobre isso com a turma, se quiser;
- Registrar semanalmente os erros, acertos e mudanças ocorridas;
- Avaliar semanalmente a evolução do projeto com as turmas, verificar se houve progressos, se não houve quais foram os motivos;
- Avaliação semanal do projeto pelos professores envolvidos, supervisão e orientação, tomando as medidas cabíveis para o sucesso do projeto.
AVALIAÇÃO: Partindo dos objetivos propostos neste projeto, pretende-se observar o desenvolvimento dos educandos, quanto à execução das tarefas, participação, interesse, criatividade, responsabilidade e capacidade de se relacionar com a realidade em que estão inseridos.
CULMINÂNCIA: Exposição de trabalhos e fotos do desenvolvimento do projeto no final do ano letivo.
BIBLIOGRAFIA:
Coleção Valores para a Vida – Enciclopédia Britânica do Brasil.
Coleção Sentimentos, de Janine Amos. Editora EKO.
Fábulas, Clássicos e Contos.
Aprendendo a ser e a conviver, de Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro. São Paulo, FTD.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
CARVALHO, Bárbara Vasconcelos, A literatura infantil: visão histórica e crítica. 6 ed. São Paulo: Global Editora, 1985.
Nenhum comentário:
Postar um comentário