terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

ADAPTAÇÃO ESCOLAR: CRIANDO ELOS

Uma das tarefas mais difíceis dos profissionais que trabalham em creches é conseguir equilibrar o “cuidar” e o “educar”. De um lado estão a proposta pedagógica, a construção do conhecimento e as ferramentas de estímulo para favorecer o desenvolvimento infantil. Do outro, estão o carinho, o afeto, atividades de rotina, como a alimentação, e o inevitável envolvimento com as crianças. [...] Equilibrar tudo isso não é tarefa fácil. Mas esse é o grande desafio do educador da creche e deve ser encarado com determinação e vontade de aprender sempre mais.
Mais um ano de trabalho se inicia, com ele também iniciam as atividades da creche e pré-escola. Os primeiros dias de retorno a este ambiente ficam conhecidos pelo período de adaptação pelo qual criança, família e escola passam.
Neste período de adaptação dos pequenos às rotinas do CEI há a necessidade de se orientar, estimulando – os com amor e paciência.
A criança está deixando a convivência com seu ente familiar para ir a um ambiente que lhe é estranho, portanto, precisa se sentir acolhida.  O ingresso das crianças nas instituições pode criar ansiedade tanto para elas e para seus pais como para os professores. É o seu primeiro contato com um grupo de pessoas diferentes das de sua família. 
Por isso, é comum que a criança chore em seus primeiros dias de aula, pois, sente com mais intensidade a separação de seus pais, experimentando um sentimento de abandono e angústia. As reações podem variar muito, tanto em relação às manifestações emocionais quanto ao tempo necessário para se efetivar o processo.
Algumas crianças podem apresentar comportamentos diferentes daqueles que normalmente revelam em seu ambiente familiar, como alterações de apetite; retorno às fases anteriores do desenvolvimento (voltar a urinar ou evacuar na roupa, por exemplo). Podem também, adoecer; isolar-se dos demais e criar dependência de um brinquedo, da chupeta ou de um paninho.
Para tanto é essencial que o educador crie um vínculo efetivo com o pequeno, de forma que a criança perceba essa transferência de cuidado, afeto e confiança. [...] O abaixar para falar com a criança, o olhar para ela nos olhos, o conversar sobre o que está acontecendo, o reconhecer o sentimento dela naquele momento, o esperar pelo seu tempo, o brincar, a interação lúdica como recurso de aproximação, o colocar o limite necessário com firmeza de alguém que quer ajudar são algumas indicações importantes para que o novo aluno sinta-se acolhido e escutado.
Durante a adaptação a professora auxilia a criança a familiarizar-se com os novos horários do sono, alimentação e banho, buscando um equilíbrio dos seus hábitos e costumes, aproximando-os gradualmente até acomodá-los a rotina da creche.
 É importante nesta fase que todos, pais e educadores, possam compreender e respeitar o momento da criança de conhecer o novo ambiente e estabelecer novas relações. À medida que ela vai se integrando, podem ser percebidas as influências positivas de sua permanência em uma creche que oferece boas condições para o seu desenvolvimento.

(Retirado da Revista “Projetos Escolares” Creche, Edição nº20, de agosto de 2013)


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