Uma das
tarefas mais difíceis dos profissionais que trabalham em creches é conseguir equilibrar o “cuidar” e o “educar”. De um lado estão a proposta pedagógica, a construção do conhecimento e
as ferramentas de estímulo para favorecer o desenvolvimento infantil. Do outro,
estão o carinho, o afeto, atividades de rotina, como a alimentação, e o
inevitável envolvimento com as crianças. [...] Equilibrar tudo isso não é
tarefa fácil. Mas esse é o grande
desafio do educador da creche e deve ser encarado com determinação e vontade de
aprender sempre mais.
Mais um ano
de trabalho se inicia, com ele também iniciam as atividades da creche e
pré-escola. Os primeiros dias de retorno a este ambiente ficam conhecidos pelo período de adaptação pelo qual criança, família e escola passam.
Neste
período de adaptação dos pequenos às rotinas do CEI há a necessidade de se
orientar, estimulando – os com amor e paciência.
A criança
está deixando a convivência com seu ente familiar para ir a um ambiente que lhe
é estranho, portanto, precisa se sentir acolhida. O
ingresso das crianças nas instituições pode criar ansiedade tanto para elas e
para seus pais como para os professores. É o seu primeiro contato com um grupo
de pessoas diferentes das de sua família.
Por
isso, é comum que
a criança chore
em seus primeiros dias de aula, pois,
sente com mais intensidade a separação de seus pais, experimentando um sentimento de abandono e angústia. As reações podem
variar muito, tanto em relação às manifestações emocionais quanto ao tempo
necessário para se efetivar o processo.
Algumas
crianças podem apresentar comportamentos
diferentes daqueles que
normalmente revelam em seu ambiente familiar, como alterações de apetite;
retorno às fases anteriores do desenvolvimento (voltar a urinar ou evacuar na
roupa, por exemplo). Podem também, adoecer; isolar-se dos demais e criar
dependência de um brinquedo, da chupeta ou de um paninho.
Para tanto
é essencial que o educador crie um vínculo
efetivo com o pequeno, de forma que a criança perceba essa transferência de
cuidado, afeto e confiança. [...] O abaixar para falar com a criança, o olhar
para ela nos olhos, o conversar sobre o que está acontecendo, o reconhecer o
sentimento dela naquele momento, o esperar pelo seu tempo, o brincar, a
interação lúdica como recurso de aproximação, o colocar o limite necessário com
firmeza de alguém que quer ajudar são algumas indicações importantes para que o
novo aluno sinta-se acolhido e escutado.
Durante a
adaptação a professora auxilia a criança a familiarizar-se com os novos
horários do sono, alimentação e banho, buscando um equilíbrio dos seus hábitos
e costumes, aproximando-os gradualmente até acomodá-los a
rotina da creche.
É importante nesta fase que todos, pais e
educadores, possam compreender e respeitar o
momento da criança de conhecer o novo
ambiente e estabelecer novas relações. À medida que ela vai se integrando,
podem ser percebidas as influências positivas de sua permanência em uma creche
que oferece boas condições para o seu desenvolvimento.
(Retirado da Revista “Projetos Escolares” Creche,
Edição nº20, de agosto de 2013)
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